amar ou fugir? A verdade por trás do desejo
O que você chama de amor talvez seja apenas medo. Medo do silêncio, medo da ausência, medo de si.
Na superfície, paixão.
Na profundidade, fuga.
Vivemos correndo atrás de vínculos, de intensidade, de promessas afetivas. Mas raramente paramos para perguntar: isso é amor — ou apenas uma tentativa desesperada de não afundar no vazio que nos habita?
O desejo, esse motor que tanto celebramos, pode ser só o disfarce do desespero.
Este texto não oferece consolo. Ele oferece espelho.
Poema
Amo como quem corre do incêndio.
Desejo como quem precisa calar o grito.
Me apaixono não pelo outro,
mas pela chance de não precisar me olhar.Fuga travestida de ternura.
A carência como perfume.
O amor como rota de fuga,
e o desejo… como prisão elegante.
Reflexão Filosófica Principal
Nietzsche dizia: “A verdade é feia; nós temos arte para não morrer da verdade.”
Talvez o desejo seja essa arte. Um embelezamento do medo.
Segundo Schopenhauer, desejar é sofrer — e a vida, ao invés de nos libertar, nos oferece apenas novos modos de repetição.
Desejamos porque somos seres faltantes. E nessa falta, projetamos um sentido que nunca se realiza.
Cioran nos sussurra, com sua lucidez dilacerante: “Amar é fugir com classe.”
Amar, neste contexto, seria uma tentativa desesperada de atribuir propósito ao caos interno.
Mas e se o caos for a verdade?
E se o desejo for apenas a negação daquilo que não suportamos olhar?
Olhar Psicanalítico
Freud já alertava: o desejo não é espontâneo — ele é deslocamento, substituição, defesa.
O que desejamos nunca é o objeto real.
O que buscamos é o alívio.
Lacan completa: o desejo é o desejo do Outro. Nunca é puro. Nunca é nosso.
Desejamos para sermos reconhecidos, para escapar da angústia, para escapar da castração.
Então eu pergunto:
Você ama… ou está apenas tentando fugir do confronto consigo?
Está apaixonado… ou apenas buscando um espelho que não te confronte?
Dostoiévski sabia bem: amar o outro é sempre lidar com o que há de mais contraditório em si.
E Kafka talvez dissesse que até o amor vira processo burocrático quando se ama sem verdade.
amar ou fugir? Como identificar no seu desejo
1. Há urgência demais?
Desejo autêntico é denso. Fuga é apressada. Se você sente que “precisa” do outro para existir, há algo sendo encoberto.
2. Você ama ou projeta?
O que você enxerga na pessoa é ela… ou é o que você gostaria de ser/amado por?
3. Você foge de quê?
Liste o que o desejo te impede de encarar: solidão, vazio, silêncio, tédio. Desejar pode ser evitar.
4. Você se anula?
Quando o desejo exige sua anulação, é fuga — não amor. Quem ama com verdade, expande. Quem foge, desaparece.
Conclusão
Talvez você tenha amado como quem escapa de um incêndio — e nem percebeu que o fogo estava dentro.
Talvez tenha chamado de desejo aquilo que era só medo com outro nome.
Mas você tem escolha: continuar fugindo… ou finalmente encarar.
E se quiser fazer isso com profundidade, sem máscaras e sem clichês, agende uma sessão online de psicanálise comigo.
Não ofereço cura. Ofereço travessia.